No último dia 19 de novembro participei novamente da Maratona de Curitiba. Correr em casa é sempre bom, principalmente por compartilhar a pista com muitos amigos. Precisava viver esta atmosfera, correr sem dores e recuperar a confiança. Foi o que aconteceu. Fiquei longe do meu recorde pessoal, completei a prova em 3:24h, mas poucas vezes tão feliz!
Não consegui treinar com regularidade, fiz apenas uma sessão mais longa de 20K e ainda por cima quebrei. Sabia que não estava tão veloz quanto das outras vezes e coloquei uma meta de fechar sub 3:30h.
Assim que cruzei a linha de chegada tracei uma meta pessoal. Recuperar um pouco de velocidade. Até o final de 2017 quero correr 10K sub 38' novamente, numa média de 3'50"/km. Para tal devo fazer o caminho contrário das ultras, onde treinamos ritmo e volume. Existem sim as sessões de velocidade e limiar, porém quando treinamos para distâncias curtas, a metodologia muda completamente. Você já deve ter ouvido aquela famosa opinião que diz: "correr 5K e 10K é MUITO mais fácil do que uma ultra". Que belo engano meus amigos. Se fosse assim o Usain Bolt nem precisava treinar, pois só corre 100 metros!
O caminho para ser veloz, na minha humilde opinião, é mais difícil do que para ser resistente. Tenho mais de 50 ultras no curriculum e todos os atletas com quem competi, do mais alto nível mundial, já caminharam ao meu lado em algum momento da competição. A ultra tem a ver com muitos outros aspectos que vão te tornar resistente, como por exemplo, a capacidade que seu corpo tem de se alimentar enquanto corre (ou caminha), a tolerância aos alimentos e a hidratação, privação de sono, dores, aspectos psicológicos, apoio ou não na prova, entre outros fatores que influenciam no seu rendimento.
Sem menosprezar ninguém, muito pelo contrário, todos devem ser exaltados pela sua resiliência, mas já participei de muitas competições onde a maioria dos atletas caminhou a prova toda e fizeram longas quilometragens, configurando uma ultramaratona. É difícil ver alguém que corra 24h sem parar, quase impossível. Que fique claro que isso não é crítica, é só uma base para explicar os por quês da minha opinião que correr com "sangue na boca ou nos olhos" é mais difícil do que uma ultramaratona.
Descansei uma semana e iniciei a periodização para me tornar veloz novamente. A primeira coisa que fiz foi um teste de 3000m em pista para verificar meus limiares. Ainda um pouco cansado fiz em 11'30", média de 3'50" por km. O problema foi que terminei exausto, ou seja, nunca que conseguiria fazer 10K nesta velocidade.
Então organizei as semanas de treino em sessões de Fartlek (alterações de velocidade), tiros curtos, tiros longos, ritmo e treinos regenerativos. Estou literalmente morrendo pela boca, pois ser veloz dói, te tira o sono, dá vontade de desistir e nem de longe me dá o prazer das longas rodagens das ultras. Isto que estou falando de sub 38', o que para um nível amador pode até ser considerado mediano, mas para a elite seria um mero treino regenerativo. Enfim, cada um no seu nível.
Estou fazendo o caminho contrário e hoje consegui rodar 5K para 19'00" cravados. Ainda não consigo manter este ritmo por mais nenhum quilômetro sequer, mas já estou me acostumando com a velocidade e acredito que na próxima semana já devo chegar perto de uns 7K ou 8K neste ritmo.
A conclusão que chego é, tudo na vida em que colocamos metas ousadas não vai vir de graça. Você vai conquistar somente se tiver foco, disciplina, regularidade e amor por aquilo que está fazendo, caso contrário nem comece. Veremos se até o final do ano vai acontecer, o que garanto é que vou me dedicar e treinar para tal. Se fizer isso será muito provável atingir a meta.
E você, qual a sua meta? Será que posso te auxiliar em algo? Escreve aqui e mantemos o contato.
Grande abraço e até a próxima!
domingo, 10 de dezembro de 2017
domingo, 18 de dezembro de 2016
GESTÃO DE CARREIRA: COMO OBTER SUCESSO PROFISSIONAL E ESPORTIVO?
Caro leitor, sem querer
desmotivá-lo, já gostaria de adiantar minha resposta: NÃO SEI!
Vamos aos fatos. A primeira
pergunta é: O que é sucesso para você?
Esta conclusão depende de tantos fatores
que é melhor nem tentar responder, pois o sucesso pode estar ligado à família,
ao dinheiro, às suas conquistas profissionais, esportivas ou simplesmente à
felicidade num geral não tão específico. A questão aqui é que cada vez mais
atletas amadores buscam obter sucesso nas modalidades esportivas que praticam e
muitos deles conseguem. O interessante é que cada um pode perseguir a sua meta
específica, como por exemplo baixar alguns segundos na Maratona, conseguir um
pódio na sua categoria ou simplesmente levantar mais peso na musculação.
Logicamente que existem as frustrações, como em tudo na vida, mas belas lições
são aprendidas e muitas vezes utilizadas no ambiente profissional.
Sou um cara de sorte. Tive uma
infância com tantas oportunidades de praticar esportes que me tornei um
profissional da área, ou seja, o meu sucesso profissional está totalmente
ligado ao sucesso no esporte. Me formei em Educação Física e fiz especialização
em Fisiologia do Exercício na UFPR. Trabalho em academias desde 1998, ano do
meu primeiro estágio e desde então me vejo neste ambiente.
Iniciei muito cedo nas
ultramaratonas e tive destaque internacional num cenário competitivo, mas
naquela época ainda desconhecido para a maioria do público no Brasil. Foi a
partir de 2012 que as ultramaratonas começaram a chamar mais atenção e se
tornar “moda” entre os corredores. Hoje em dia me chama a atenção provas de
longa distância em montanhas com aproximadamente 1000 inscritos, sendo que
praticamente a metade não tem a mínima condição de estar ali. Mas enfim, está é
outra discussão...
Como disse anteriormente, meu
primeiro estágio foi no ano de 1998. Lá se vão 18 anos. Neste caminho tive
altos e baixos como qualquer profissional. Desenvolvi uma característica
natural de liderança e com certeza as competições me ensinavam muito sobre como
lidar com crises e principalmente, com o comportamento do ser humano. Aqui vale
uma observação. Uma das grandes vantagens de se trabalhar em academias de
ginástica é que você pode estar inserido no meio mais egocêntrico que existe na
face da terra. Assim sendo, basta observar o comportamento das pessoas que vai
tirar lições para vida inteira, sejam elas boas ou não tão boas assim.
Em 2009 consegui a classificação
para aquela que é considerada a corrida mais difícil do mundo, a ultramaratona Badwater. São 217km correndo no Vale da
Morte, deserto de Mojave na Califórnia. Apenas 100 atletas ranqueados são
convidados para participar e depois de muito esforço consegui estar entre
eles. Conclui a prova abaixo de 48h e
voltei pra casa com o “Buckle”, uma
fivela estilizada de honra para aqueles que conseguem o feito.
No retorno ao Brasil fui convidado
para ministrar uma palestra motivacional na empresa de um aluno do qual era
professor. Daí para frente não parei mais. A palestra “Desafiando seus Limites”
já ultrapassou as fronteiras e estimo que mais de 200 mil pessoas já
assistiram. Tenho uma agenda extensa e com isso também consegui belos contatos
com patrocinadores e apoiadores, que me deram a oportunidade de praticamente
viajar o mundo competindo.
Hoje tenho uma assessoria esportiva
online, chamada Ultra Bonatto Team, com alunos no Brasil e no exterior,
gerencio uma rede de academias em Curitiba, a Studio Corpo Livre, com mais de
4.000 alunos e 150 colaboradores, ministro cursos técnicos na área, palestras
motivacionais em empresas e consegui arranjar tempo para ter dois filhos e
esposa. Ufa, acho que consegui contar um pouco da minha história.
Agora você pode estar imaginando
que tudo foram flores pelo caminho e posso te dizer que encontrei muito mais
espinhos. O sucesso depende de muitos fatores, mas acredito que algumas
características são fundamentais, tanto no esporte quanto no meio empresarial.
Vou compartilhar um texto que escrevi a poucos dias, logo após um grande evento
que realizamos em nossa academia. No calor da emoção acho que saiu alguma coisa
boa:
“Então você quer ter sucesso? Deixa eu te contar um
pequeno detalhe sobre isso...sucesso tem a ver com constância, com doação, com
abrir mão de muitas coisas em torno de um objetivo...acordar cedo, ser
persistente, não desistir, mesmo quando o mundo está contra você...tem a ver
com disciplina, fazer aquilo que deve ser feito, sem esperar nada de ninguém,
FAÇA! Chegar lá vai ser muito difícil, sabe por que? Porque SUCESSO É UM
ESPORTE PARA POUCOS.”
Esporte afasta as crianças das drogas, cria
pessoas mais fortes, profissionais persistentes e vencedores. Esporte é vida,
saúde, emoção, alegria, tristeza, derrota, vitória... Na minha humilde opinião,
o esporte, de alto rendimento ou recreativo, colabora e muito na busca por
metas e objetivos, sejam eles quais forem. Poucas atividades são tão completas,
unindo corpo e mente, criando uma sintonia única.
Reafirmando a resposta, realmente não sei como
obter sucesso, mas o que sei é que o esporte continua me auxiliando e ensinando
nesta busca.
Obrigado pela oportunidade de compartilhar
experiências e tenham todos muito sucesso, seja qual for o caminho
escolhido!
Raphael Bonatto
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